Pato Fu é fera

Turnê de 32 anos da banda mineira é boa pra caralho até pra quem nunca foi muito fã

Sérgio Spagnuolo
2 min readMay 22, 2024
eu tirei essa foto

Eu sempre gostei de Patu Fu. A banda mineira bombava quando eu estava no colegial, e, como a única coisa que eu assistia na época era MTV, era quase impossível não ver/ouvir nada deles. Mas nunca foi nada muito grande nas minhas playlists.

No sábado, dia 18 de maio de 2024, eu fui ao início da turnê de 30 anos deles (Fernanda Takai disse que são 32 anos, mas que é mais bonitinho falar 30), e foi bom demais.

Eu tava cansado, mas logo na primeira música a canseira deu espaço para uma empolgação (mesmo que daquele meu jeito bem plácido), e eu me lembrei da época de moleque.

As músicas mais conhecidas e lúdicas, que fazem bom uso da voz suave de Takai, muitas vezes foram iniciadas por guitarras bem trabalhadas de John Ulhoa e um baixo bem presente e audível de Ricardo Koctus.

Já nas músicas que eu conhecia menos, que não foram poucas mas foram ótimas, eu consegui perceber a vontade da banda de tocar rock, não só de fazer um show.

Eu não faço ideia do set list (não sou repórter de shows), mas consegui reconhecer músicas excelentes como O Filho Predileto de Rajneesh, Perdendo Dentes e . Também rolaram aquelas que marcaram muito a banda na época da MTV, como Canção Pra Você Viver Mais e Antes Que Seja Tarde.

Quando eles tocaram Made In Japan a coisa ficou estranha e linda rapidamente mais pro fim da faixa, como numa viagem meio diabólica e com excessos de luzes vermelhas, como que pra contrastar com vocal suave de Takai cantando em japonês.

Um dos pontos altos foi Qualquer Bobagem, que é uma tremenda música, das antigas, e que ainda tem aquela vibe meio Paralamas do Sucesso da década de 80, mas com charme mineiro.

Por fim, a música que me pegou mesmo foi Sobre o Tempo, que eu sempre gostei muito, mas não sabia que gostava tanto. Escutar essa música ao vivo foi uma onda de sentimentos sonoros que eu não lembrava de ter tido num show antes (sem sacanagem).

Quase não fui a esse show, mas felizmente apareci por lá. Eu fiquei hipnotizado. Pato Fu é bom pra caralho, e ouvirei agora sob uma nova perspectiva.

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Sérgio Spagnuolo

Jornalista, editor e fundador da agência de jornalismo Volt Data Lab (www.voltdata.info). Coordenador do Atlas da Notícia, uma iniciativa sobre jornalismo local